Durante anos, o símbolo “#” se tornou quase sinônimo de redes sociais. De #TBTs nostálgicos a campanhas virais, as hashtags dominaram o conteúdo digital com a promessa de visibilidade, engajamento e alcance. Mas com o avanço dos algoritmos e o uso crescente de inteligência artificial na curadoria de conteúdo, muita gente tem se perguntado: as hashtags ainda são necessárias? Elas ainda significam algo?
Neste artigo, vamos mergulhar no universo das hashtags para entender como seu uso mudou e o que, de fato, faz sentido adotar nas estratégias digitais hoje.
Hashtag é uma palavra ou expressão antecedida pelo símbolo “#”, que funciona como uma etiqueta de categorização em plataformas como Instagram, X (antigo Twitter), TikTok e LinkedIn. Ao clicar nela, o usuário visualiza todos os conteúdos marcados com o mesmo termo, ou ao menos era assim que funcionava no início.
No auge do uso das hashtags, elas serviam basicamente para:
Organizar conteúdo por temas
Ampliar o alcance de postagens
Engajar com comunidades e movimentos
Participar de trends ou desafios virais
Otimizar buscas dentro das redes sociais
Mas como toda tendência digital, o cenário evoluiu, e rápido.
Com o tempo, os algoritmos das redes sociais se tornaram mais sofisticados e menos dependentes de sinais explícitos, como hashtags. Plataformas como Instagram e TikTok passaram a entender o conteúdo com base em uma combinação de fatores:
Texto da legenda
Elementos visuais (imagem e vídeo)
Reconhecimento de fala (em vídeos com áudio)
Engajamento inicial (likes, comentários, tempo de visualização)
Interesses e comportamento do usuário
Ou seja: o conteúdo passou a ser identificado e entregue com base em dados mais profundos e contextuais, não apenas por uma etiqueta colada ao final da legenda.
No TikTok, por exemplo, é comum ver vídeos viralizarem sem nenhuma hashtag — ou com uma hashtag genérica como #foryou. O algoritmo aprende com a interação dos usuários e entrega aquilo que mais parece relevante para cada perfil.
Com a ascensão da inteligência artificial na curadoria e recomendação de conteúdo, as redes ficaram ainda menos dependentes do uso explícito de hashtags para classificar ou entregar posts. As ferramentas de IA conseguem identificar:
O que está sendo dito em vídeos (via transcrição de áudio)
O que aparece em uma imagem ou vídeo (via reconhecimento visual)
O tom emocional de um texto (positividade, humor, ironia etc.)
A relevância do conteúdo para determinada audiência com base em padrões de comportamento
Isso significa que a IA está constantemente entendendo o conteúdo além da superfície, e as hashtags, por mais populares que ainda sejam, deixaram de ser o principal recurso de categorização e alcance.
Em muitos casos, sim. As hashtags, hoje, funcionam mais como:
Elemento estético ou de tom de voz (ex: #BoraCrescer, #TimeDePeso)
Sinalização de comunidade ou pertencimento (ex: #MarketingDigital, #MãesEmpreendedoras)
Gatilho emocional ou criativo (ex: #SegundaFeiraNervosa, #VibesDeDomingo)
Identidade de campanha (ex: #LojaTalNaFeira, #SemanaDoConsumidor2025)
Ou seja, mais do que organizar conteúdo, elas ajudam a contar uma história, mas raramente garantem, sozinhas, um aumento real de alcance.
Mas isso quer dizer que hashtags morreram?
Não. Elas só deixaram de ser o centro da estratégia. As hashtags continuam tendo valor em alguns contextos:
1. LinkedIn e X (Twitter):
Nessas plataformas, as hashtags ainda funcionam de forma mais próxima à ideia original — facilitam buscas, inserem o conteúdo em uma conversa maior e ajudam na descoberta de perfis.
2. Campanhas específicas ou eventos:
Hashtags únicas de campanha, como #OrgulhoEstrela ou #LojaTalNaFeicon, ajudam a acompanhar publicações de usuários, mensurar engajamento e reforçar branding.
3. Comunidades e nichos:
Hashtags de nicho continuam sendo buscadas e exploradas, como #UIUXDesign, #VeganosSP ou #FotografiaDeCasamento. Nestes casos, o uso pode facilitar a descoberta por públicos segmentados.
4. Conteúdos virais e trends:
Ao participar de uma trend ou desafio específico (ex: #DesafioDaTransição, #TrendDoMomento), a hashtag ajuda a inserir o conteúdo no “stream” de descobertas daquele momento.
Se você ainda quer (e deve) usar hashtags, aqui vão dicas atualizadas para que elas façam sentido:
Use de 3 a 5 hashtags realmente relevantes — mais que isso, o post pode parecer forçado ou genérico demais.
Evite hashtags muito genéricas como #love, #instagood, #happy — elas têm volume demais e entregam de menos.
Prefira hashtags específicas do seu nicho, da sua localização ou da sua comunidade.
Em campanhas, crie hashtags únicas e fáceis de lembrar, que incentivem o uso pelo público.
Se for usar no TikTok ou Instagram, teste o uso com e sem hashtag e analise os dados. Às vezes, o conteúdo “limpo” performa melhor.
As hashtags ainda existem, ainda têm função, mas não são mais o atalho mágico para crescer nas redes sociais. O conteúdo é lido por algoritmos cada vez mais inteligentes, e a relevância está mais no que você diz, como você diz e para quem você fala, não apenas nas etiquetas que adiciona no final do post.
Elas deixaram de ser o protagonista e passaram a ser coadjuvantes. Mas coadjuvantes valiosos, quando bem utilizados.
Se a dúvida era “as hashtags ainda significam algo?”, a resposta é: sim, mas elas sozinhas não movem mais montanhas.
O que move? Conteúdo com propósito, timing e uma boa dose de estratégia.
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Até breve! 😊
Giovanna Marques
Formada em letras. Tem experiência com tradução, revisão textual e produção de conteúdo. Atualmente, é redatora na Mark Design e procura ter uma comunicação clara e didática em seus textos. Preza por versatilidade e criatividade.